terça-feira, 6 de janeiro de 2009


Ontem em um momento inesperado ela partiu, saindo de perto de todos, tentando se encontrar. Foi como um vazio que dominou seu corpo e em seu rosto uma necessidade de correr dali e gritar. Era fácil perceber que ela não estava bem, seus olhos estavam estalados, centrados no nada e suas mãos abraçavam uma a outra com a sensação de querer tirar algo de dentro de si. Dali então ela partiu, e se colocou a caminhar sem direção. Seus cabelos criavam formas pelo vento e na brisa do mar tentava respirar equilíbrio e paz. Quem a olhasse ali, poderia ver que ela sentia medo, tristeza e uma vontade de desaparecer sem ninguém perceber. Seus passos se faziam lentamente e o apoiar dos pés no chão parecia sentir uma dor infinita, que representava estar andando a horas, perdida no tempo e naquele lugar.
No seu rosto podia ver que tinha saudade, que estava ali relembrando momentos, aqueles que não iriam voltar mais. Calmamente a lágrima caia do seu rosto como uma forma de limpar a alma. Ela não via necessidade de secar a sua lágrima, pois sabia que aquela era mais uma das que já havia derramado tentando achar o porque de tudo ali no seu coração se perder.
Resolveu sentar, parar um pouco pra ver se os pensamentos se organizavam pra depois seguir. E quem ali passava via que ela buscava alguém, como uma mágica, do seu amor aparecer na sua frente sem importar a distância que ali se fazia. Ela queria colo, queria um abraço e as palavras do seu amor. Amor este que tinha ido embora pra não mais voltar. Ela não pensava nele naquele momento, na verdade ela nem sabia porque estava assim. Foi como tempestade, mas ela queria colo e proteção. E quem poderia entender seus pensamentos estava naquele momento distante dali, e ela nada podia fazer. A não ser esperar o tempo passar e seu coração acalmar pra então seguir e ir.

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