E assim passava o tempo. Dentro daquelas palavras admirava a sua atitude. Mas, não sabia ao certo se as palavras eram sinceras, e questionava se algum dia havia sido. Ele, tão irreverente e impulsivo, de uma originalidade inexplicável que não conseguia pensar e entender o silêncio e também suas palavras. Aquelas palavras que ele dominava tão bem, como seu material básico para escrever uma linda história. Seu domínio sempre foi fascinante, conseguindo fazer as palavras terem vida e mil sentidos, formando frases com sentimentos de dor e amor.Então sinto-me incompleta, desnuda, confusa e insegura, pois em meio a tanto tempo dentro do silêncio e daquelas palavras, fico acostumada no escuro, sem me surpreender com o que é realidade e o que é fantasia.
Agora pareço mudar tudo aqui dentro, aos poucos, como meu jardim que deixei morrer por não pensar, ou meu modo de escrever por querer vomitar o sufoco que acumulei por esse tempo. Tiro aos poucos o medo de falar o que penso e o que sinto dentro da escuridão ou do claro. Posso esclarecer que é bem difícil ser simples e transparente, mas as vezes parece vir como um desespero e não vou medindo absolutamente nada, e na verdade nem quero medir. Deixo as virgulas e pontos finais soltos, sem estarem no lugar certo. Não adianta arrumar o que na verdade sinto desarrumado.
Só não deixo a folha branca, rabisco palavras de dúvidas ou certezas. Algumas até voam e outras se tornam sementes para escrever o que sou e sinto aqui dentro de mim.














