Vejo aqueles pés passando pela estrada
E lá me vejo como nada
E que nunca serei nada.
Mas saiba que em mim fica os meus sonhos.
Daqui do meu jardim vejo milhões pelo mundo, mas não sei bem o que cada um é.
(E se soubesse quem é, o que mudaria?)
Daquela caminho vejo os pensamentos,
Frutos de lembranças ou esperanças que desconheço
Feito um mistério e mágica que não sabemos o que virá
Como arrepio nas folhas e feito terra seca sem a chuva
Passos que não pensados viram nada.
Aqui estou hoje parada, não vista por você
Estou hoje perdida sem controlar e organizar o que vem até mim
Não tenho como contar os passos,
E não vejo outro caminho como a despedida.
Alguém irá passar por mim e me arrancar deste quintal.
Depois só serei vista dentro de um vaso com água,
Em uma casa do outro lado da rua
E se não vier aqui onde estou e sentir meu cheiro doce,
Amanhã só poderá me ver mas sem meu perfume
E verá pelo lado de fora da casa em um outro quintal.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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